O Maracatu Nação, Maracatu Baque Solto e Cavalo Marinho – expressões culturais e musicais repletas de simbologia – foram tombados como Patrimônio Imaterial do Brasil. A decisão foi tomada por unanimidade durante reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do IPHAN, no dia 03/12/2014 em Brasília (DF).
Quem comemorou o título dado aos maracatus e cavalo marinho foi Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco e que acompanhou desde o início o processo de construção da candidatura ao título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. “Participei da equipe que fez o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), e foi um processo de muito envolvimento e fortalecimento dos Maracatus Nação. Este é um passo importante, porque somos uma das manifestações culturais mais antigas deste estado”, explica Fábio Sotero.
Segundo ele, existem cerca de vinte e cinco grupos de Maracatu Nação em Pernambuco e deste total, entre dez a quinze estão ativos. “Esta titulação com certeza nos trará mais respeito e vai fortalecer principalmente os maracatus menos conhecidos”, reforça Fábio.
Maracatu Nação
Também conhecido como Maracatu de Baque Virado, apresenta conjunto musical percussivo e um cortejo real que sai as ruas durante o carnaval. No cortejo, há rei, rainha e outros personagens como baianas e orixás. Esse maracatu é entendido como forma de expressão que congrega relações comunitárias, compartilhamento de práticas, memória e fortes vínculos com o sagrado.
Maracatu Baque Solto
Ocorre durante as comemorações do Carnaval e da Páscoa. Compõe-se de dança, música e poesia e está associado ao ciclo canavieiro da Zona da Mata. As apresentações ocorrem na Região Metropolitana do Recife e outras localidades. Os mais antigos maracatus têm sua origem em engenhos por trabalhadores rurais, trabalhadores do canavial, cortadores de cana-de-açúcar, entre fins do século XIX e início do XX.
Diferente do Maracatu Nação, o Maracatu Baque Solto é um resultado da fusão de manifestações populares, como Cambindas, Bumba-meu-boi, Cavalo Marinho e Coroação dos Reis Negros.
Cavalo Marinho
É uma brincadeira popular que envolve performances dramáticas, musicais e coreográficas durante o ciclo natalino. Quem participa, em geral, são os trabalhadores da Zona da Mata, mas também há apresentações na região metropolitana do Recife e de João Pessoa (PB), entre outras localidades.
No passado, tinha lugar nos engenhos de cana-de-açúcar. Durante a apresentação, representam-se cenas do cotidiano e do mundo do trabalho rural, com variado repertório musical, poesia, rituais, danças, linguagem corporal, personagens mascarados e bichos, como o boi e o cavalo (que dá nome à brincadeira).
Fontes: Ministério da Cultura e Portal Cultura.PE